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O HYPE DAS FOGUEIRAS DIGITAIS

  • Foto do escritor: Luana Moreno
    Luana Moreno
  • 17 de jan. de 2023
  • 7 min de leitura

DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA DIGITAL, A HUMANIDADE SE REÚNE EM PEQUENOS GRUPOS DE DISCUSSÃO, AGORA COM UM NOME “FOGUEIRAS DIGITAIS”

Era em torno de fogueiras que nossos antepassados se reuniam para compartilhar vivências, contar histórias e, reza a lenda, que dali nasceu o senso de comunidade. Muito da cultura oral que temos hoje nasceu! Nasceu em rodas compartilhadas. Nasceu de histórias. Nasceu de pessoas juntas, de fato juntas. Aquele contato de vozes e pele que tanto nos falta nesse momento do mundo.

Digo momento de mundo pandêmico, mas também momento de mundo digital. Com muita informação circulando. Acumulados de centenas de pessoas seguidoras. Muitos nichos. Muitas pessoas influenciadoras. Muitas marcas e pouco contato. Pouco reconhecimento e pouca comunidade. Nem parece que somos o mesmo povo que sentava ao redor do fogo e parava.

Parava para entender, conversar e contar histórias. Para se sentir um pouco mais humanos, mais pertencentes. De toda essa falta, percebemos um novo movimento. De retorno ao calor mas, digitalmente.

Redes sociais com menos ênfase do que facebook e instagram. Com pouca exposição de vidas alheias, onde a conversa íntima predomina e o protagonismo é acompartilhado. Ali, temos uma nova noção de fogueira.

E nasceu a ideia de “Fogueira digital”. Um termo novo, ousado e sem dúvidas hypado que representa pequenos grupos online que se sentem pertencentes a uma comunidade, por interesses nichados. E um movimento digital completamente novo não poderia passar despercebido aos nossos olhos.

Ao longo dos últimos dias venho pesquisando o termo “Fogueiras digitais” e encontrei apenas três coisas: um post no instagram, um post de blog e um TCC. Os dois primeiros eram totalmente opinativos e o TCC traçava um paralelo interessante entre narrativas orais e digitais colaborativas, mas bem longe do nosso conceito inicial de comunidades online.

Em uma busca em inglês fui à caça das “brisas” que eu gostaria de ler. No idioma estrangeiro novamente não encontrei o conceito que estávamos buscando, mas dessa vez trazendo fogueira em um sentido quase de incêndio, alertando sobre a desinformação na internet, muito pela perda de credibilidade do jornalismo e as Fake News que assolam nossas decisões políticas e sociais.

E mesmo sem Fake News, (o excesso de) informações sufoca e sobrecarrega. Parece quase um cenário distópico, pois bem vinde a 2020. Não é como se eu não pudesse escrever essa mesma frase um ano antes. Mas, é fato: com o isolamento social, nosso consumo de redes sociais aumentou.

A empresa de análise de mídia Comscore divulgou em Abril deste ano (2020) que o uso de redes sociais aumentou em 26,2% e o tempo médio de permanência em 19%.

E cansades da sobrecarga informativa, fomos sentindo a necessidade de filtrar e procurar grupos menores, onde a gente tem oportunidade de expressão. “A gente” são as várias pessoas adeptas às redes sociais com fóruns, não apenas eu. E é isso que vou explorar neste texto: a teoria de que as pessoas estão sentindo a necessidade de ficarem mais próximas, como no passado, ao redor de uma fogueira. Mas desta vez, com um celular na mão.

Afinal, existem fogueiras digitais?

O Que Vamos Abordar

Para o nosso bate-papo, fogueiras serão comunidades online capazes de gerar sentimento de pertencimento e influência. Vamos questionar se influenciadores digitais de fato influenciam ou mais evidenciam. Depois, iremos entender como funciona o marketing de influência e como o comportamento dos consumidores devem mudar nossa forma de comunicar nas redes sociais. E claro, construir nosso próprio conceito da tendência ainda pouco explorada das tais “Fogueiras digitais”, abrindo um espaço aberto no blog da Vedere para contribuições nos comentários.

O Orkut Revelou Tendência?

Nascido em 2004 e falecido em 2014, a rede social chegou a ter 30 milhões de pessoas usuárias, a maioria do Brasil. Entre várias peculiaridades como: visitantes da sua página votarem secretamente se te consideravam sexy, confiável ou legal, existiam as pessoas que usavam a rede social apenas para jogar colheita feliz (meu caso – perdão leitor -). E as tão conhecidas comunidades que são o motivo de falarmos do Orkut nesse texto.

Elas nasceram para servirem como fóruns de discussão. Mas, claro, várias foram criadas apenas por piadas. “Imagina se pega no olho”, “Tenho medo da Véia(o) Quaker!” e “Sou legal, ñ estou te dando mole.” E no meio da zoeira chegamos a 51 milhões de comunidades, com 120 milhões de tópicos e mais de um bilhão de interações.

As comunidades eram grandes, abordavam assuntos amplos, mas não criavam uma relação próxima ao ponto de termos encontro de vozes e a sensação do calor do fogo que estamos buscando.

Agora que tiramos o Orkut da mira, vamos voltar a uma das principais redes do momento: Instagram (e seus mil derivados: stories, reels, IGTV).

Não vou falar especificamente dele, mas do seu amplo uso por pessoas influenciadoras digitais. Pois, ouso dizer que hoje o instagram é o principal palco de influencers, ignorando os tradicionais blogs e youtube (que formaram as primeiras pessoas “blogueiras”).

Só que será que influencers estão de fato influenciando!? Ou mais evidenciam?

Influência Versus Evidência

Para entendermos esses dois conceitos, vou me basear em alguns dos resultados do estudo “O Futuro da Influência”, feito entre a Youpix e a Consultoria Box1824. Ele foi feito com o objetivo de traçar um panorama do ecossistema da influência e, a partir dele, entender o comportamento dos influencers e como eles impactam na comunicação além da evolução do mercado.

O que é, afinal, influenciar?

Para Paula Englert, CEO da Box1824: “Influência é transformar um pensamento em ação. Não é só inspirar, mas causar uma mudança concreta. É a habilidade que as pessoas têm de dar forma para a decisão de outre”

Quando nós pensamos em influencers, as primeiras pessoas que vêm à cabeça são os “Influencers da internet”, com muitos seguidores e um público ávido por seu conteúdo. Será? Quais as pessoas de fato mudaram sua percepção de algo e te fizeram tomar uma decisão?

Para mim são meus pais, alguns amigos mais próximos e um caso fora da curva de um site de uma marca de cosméticos. Que fui convencida da necessidade daquele produto lendo o blog da própria marca escrito pela dona do e-commerce. E não é falta de acompanhar blogueires, te garanto.

E nem porque sou uma pessoa pouco influenciável 🙂 Afinal, decidi minha grade de disciplinas na faculdade por meio de uma enquete no instagram. Mas sim, porque segundo Englert existem poucos influencers de fato e muitos “evidenciadores”. Figuras com grande público, muito alcance mas que são distantes da audiência e consequentemente não exercem influência.

Influenciar é de fato diferente de evidenciar!

Para pessoas evidenciadoras, uma grande audiência importa e muito. Já a Influência depende de um vínculo de confiança criado e, na maioria dos casos, está em círculos menores.

Isso não significa que blogueires não possam exercer os dois papéis. Os grupos no telegram, whatsapp, “membros” do youtube, entre outros estão nos mostrando que sim. Mesmo quem tem grande audiência está procurando proximidade com as pessoas que o seguem, a fim de criar um ambiente propício para gerar confiança e de fato influenciar.

E não se preocupe que não há nada de errado em evidenciar, afinal é isso que a publicidade está fazendo desde a criação dos primeiros anúncios. Agora com a vantagem de ter um público nichado quando o anúncio está nas mãos de “influencers”.

E nesse universo, surgiram os micro e nano influencers, muito mais próximos das pessoas seguidoras e também do nosso conceito de fogueiras digitais.

Micro E Nano Influencers

Afinal, quem são as pessoas que se encaixam nessas categorias?

Nano Influencers têm entre 1 mil e 10 mil pessoas seguidoras, focados em um tema específico. Costumam ter um engajamento alto, pois são mais próximes das pessoas seguidoras.

Já para ser considerado um micro influencer, o número fica entre 10 e 100 mil pessoas seguidoras. A audiência também é bastante engajada, apesar de atingirem um número maior de pessoas.

Uma pesquisa realizada pela Expercity apontou, inclusive, que esse tipo de creator apresenta uma conversão 22,2 vezes maior em relação às pessoas macro influenciadoras. Esse número para mim apenas confirma que em pequenas comunidades existem mais chances de exercer de fato influência e não apenas evidência.

As comunidades criadas em torno das pessoas influenciadoras digitais (nano e micro) podem, na minha concepção, serem vistas como fogueiras digitais, só que as tais fogueiras não se limitam em ter uma pessoa como guia, podem existir várias pessoas exercendo influência em uma mesma comunidade.

Grupos de Facebook, assim como os fóruns do Orkut, já trazem um pouco desse senso. Mas, fica ainda mais forte em redes sociais criadas especificamente para serem fóruns, e dessa vez, sem transformá-las em grupos que discutem como é chato acordar cedo (apesar de também ser algo interessante rsrsrs).

Redes Sociais Com Fóruns

Fóruns de discussão existem diversos, redes sociais voltadas a isso também. Pois, eles podem ser inclusive criados a partir de softwares por pessoas que sabem o básico de programação. Depois da réplica do Orkut eu não me arrisco a dizer que algo é impossível no mundo de fãs dos fóruns de discussão, mas citarei dois que temos como referências.

Reddit: o site oferece diversas entradas criadas por usuáries. O conteúdo é dividido em muitas categorias que ganham sub categorias, chamadas de “subreddits”. Há dezenas de milhares de subreddits, e novos subreddits podem ser criados por usuáries da plataforma. Todos os conteúdos publicados devem ser direcionados a um subreddit que aceite esse tipo de conteúdo.

Hotmart Sparkle: é um aplicativo gratuito que permite criar e participar de comunidades, produzir conteúdos, compartilhar conhecimentos e engajar a audiência. Além disso, nele pessoas Produtoras digitais conseguem rentabilizar seus conteúdos. O app permite criar comunidades premium e entregar ainda mais valor para o público.

Nessas comunidades, a influência é mútua e não vem de uma única direção, como com os nano e micro influencers. Mas, como no caso do Sparkle, são também usadas por elus como ferramenta de trabalho. E as comunidades exclusivas se tornam ainda mais próximas e mais capazes de influenciar pessoas que estão por si só buscando o calor da fogueira.

Conclusão

No fim, a fogueira digital segue sendo um termo com pouco conteúdo sobre, alguma teoria e muito storytelling. Pelo menos agora são: um post no instagram, um TCC e DOIS posts de blog. E não se assuste! Ainda é uma tendência a passos lentos. Não podemos afirmar que o marketing de redes sociais tradicional vai morrer.

Só não esqueça, já é uma onda que não pode ser ignorada. Sua marca deve estar atenta às novas formas de se comunicar e entrar aos poucos no mundo dos fóruns e ambientes de influência.


 
 
 

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